
Encontro de Ensino e Aprendizagem
em Línguas e Literaturas
Identidades Docentes
28, 29 e 30 de novembro de 2017
Faculdade de Letras - UFRJ

OFICINAS CONFIRMADAS
Libras na Faculdade de Letras: desafios e conquistas
No final de 2017 a primeira turma do curso de Letras / Libras da UFRJ estará concluindo sua Licenciatura. Com certeza muitos desafios foram superados ao longo desses 8 semestres de curso. Que tal conhecer um pouco dessa história e aprender alguns sinais básicos em Libras? A oficina "Libras na Faculdade de Letras: desafios e conquistas" abordará brevemente a história do curso, trabalhará sinais básicos em Libras que favoreçam a comunicação cotidiana na UFRJ e promoverá o diálogo entre participantes surdos e ouvintes.
Proponente: Renata Razuck (UFRJ)
Sobre especificidades no processo de ensino-aprendizagem de línguas próximas
Estudos preliminares (González, 1994, entre outros), Kulikowski & González (1999) mostram uma distância tipológica entre a língua espanhola e o português do Brasil (doravante PB), que atinge diversas áreas de sua sintaxe e de sua organização informativa. E, por essa razão, em alguns pontos suas gramáticas podem estar mais ou menos próximas.
No caso do PB, uma maior ocorrência de objetos não retomados e sujeitos pronominais presentes na sentença, a progressiva perda dos pronomes clíticos de 3ª pessoa, entre outros, e a perda da riqueza do paradigma de flexão verbal são algumas das grandes características que a afastam do espanhol. Não podemos deixar de considerar tais características presentes na língua materna dos aprendizes e seus possíveis efeitos, na produção e na compreensão, no manejo da informação, sobre o processo de aquisição/aprendizagem de línguas que, embora aparentemente próximas, em alguns casos se comportam no sentido inverso ao da língua aprendida, como o espanhol.
Muitos estudos descritivos também apontam como ordem mais frequente e mais condicionada, para o PB e para o espanhol, a ordem SVO (sujeito-verbo-objeto). Mas, por outro lado, talvez em função da grande diferença mencionada no início, que González (1994) classifica como “uma inversa assimetria” entre as duas línguas, o espanhol, que mantém uma flexão de pessoa ainda bastante rica e formas pronominais átonas bastante produtivas, parece ter uma ordem de palavras mais livre que o PB, que teria a sua ordem bastante mais enrijecida. Qual pode ser a repercussão que uma inversão de ordem pode ter em ambas as línguas e que efeitos teria isso sobre a aprendizagem de uma dessas línguas por falantes da outraɁ
Há outros aspectos, ainda, que podem gerar distâncias entre o PB e o espanhol, alguns já descritos, outros ainda a passarem por descrição.
Nesta oficina, pretendemos dar um panorama de tais estudos e, além disso, analisar dados de produção escrita de aprendizes de espanhol como língua estrangeira, falantes de PB. Os dados apresentados revelam que a proximidade entre PB e espanhol produz fenômenos que informam muito sobre essa distância, por vezes não tão facilmente visível, entre as duas línguas. Ou seja, suas línguas maternas estão presentes e tais línguas impõem aos aprendizes uma hierarquia de dificuldades\facilidades cuja origem é preciso identificar para poder intervir adequadamente nesse processo.
Proponente: Mercedes Sebold (UFRJ) e Neide González (USP)
Produção de texto na escola: correção e avaliação
Nesta oficina vamos refletir sobre correção e avaliação de textos na escola. Debateremos brevemente trechos teóricos e analisaremos alguns textos redigidos por alunos em níveis diversos, discutindo critérios e propostas de intervenção.
Proponente: Leonor Werneck (UFRJ)
O que significa interpretar um texto literário? Até que ponto essa habilidade pode ser ensinada? Até que ponto é necessário o conhecimento de estilos de época, dados biográficos, fatos, etc. para se usufruir a experiência literária? Tomando-se por pressuposto que a leitura literária é individual, intransferível e depende do impacto do texto sobre o leitor, desenvolveu-se a metodologia de Conscientização Literária, à luz da linguística funcional, da pedagogia crítica e das teorias de recepção para sensibilizar o leitor à arte verbal. Durante a oficina os participantes terão acesso às bases teóricas que sustentam essa metodologia e experimentarão o impacto de um texto. O objetivo da oficina é demonstrar como essa metodologia pode ser usada na sala de aula para desenvolver a percepção, a criatividade e a autonomia do aluno no encontro com o texto literário.
Literary Awareness
Proponente: Sonia Zyngier (UFRJ)
O poema em viva voz
Nessa oficina serão trabalhados aspectos da performance vocal no gênero poético, desde a leitura em voz alta até a declamação. Após uma discussão teórico-conceitual, serão realizados exercícios práticos.
Proponente: João Pedro Fagerlande (UFRJ)
O trabalho do professor de espanhol para fins específicos
Esta oficina tem por objetivo apresentar o histórico da formação de professores de espanhol para fins específicos no Brasil, expondo o que se entende por tal abordagem e como o professor pode planejar cursos de línguas com o objetivo de atender às necessidades profissionais e/ou acadêmicas dos aprendizes.
Proponente: Antonio Ferreira da Silva Júnior (UFRJ)
Leitura em voz alta - experiência estética e compartilhamento de sentidos
A leitura em voz alta constitui eficiente estratégia para promover a experiência estética em sala de aula e o compartilhamento das possibilidades de leitura do texto. Esta oficina pretende construir com os participantes algumas estratégias de leitura oral, em que se evidencie o jogo do texto literário.
Proponentes: Ana Crélia Dias (UFRJ), Maria Coelho (CAP-UFRJ) e Luísa Monteiro (Bolsista de Iniciação Científica)
Oficina de Elaboração de Projetos em Língua Adicional
Esta oficina almeja instrumentalizar os participantes a compreenderem os princípios básicos da aprendizagem baseada em projetos e, ao refletirem dentro desse possível paradigma para o ensino de línguas, ampliar repertórios pedagógicos para elaborar um projeto para o ensino de língua adicional na escola básica. Para alcançarmos esse objetivo, partiremos de exemplos práticos e desenvolveremos tarefas que os estimulem a gerar seus próprios projetos, a partir de critérios discutidos coletivamente, do arrolamento de insumos necessários e da determinação dos objetivos a serem alcançados pelos projetos individuais. Além disso, discutiremos os desafios que se tem mostrado face à organização da sala de aula baseada em projetos.
Proponentes: Cristiane Maria Schnack (UNISINOS), Cristina Kroeff Schmitz Gibk (UNISINOS)
O Evernote e a Gamificação na Construção de uma Narrativa Colaborativa
Esta oficina tem como objetivo propor a construção de uma prática pedagógica colaborativa com o intuito de pensar novos espaços para a aprendizagem. O participante será instigado a interagir no contexto de uma proposta gamificada que envolve a apropriação do App evernote, enquanto possibilidade pedagógica associada a gamificação. Isso se dará através de uma narrativa que será criada e produzida pelos participantes durante a oficina. A oficina destina-se a professores do ensino fundamental, médio, superior e educação continuada. Vale destacar que o professor não precisa ter conhecimento prévio sobre evernote e nem sobre gamificação.
Proponentes: Aníbal Lopes Quedes (Universidade Federal da Fronteira Sul), Marcelo de Miranda Lacerda (IFNMG)
“Marginal é quem escreve à margem”: uma experiência de produção de zines poéticos
A presente oficina tem como objetivo desenvolver uma experiência de experimentação poética a partir do contato com obras de variados autores da Poesia Marginal, como Ana C, Leminski e Chacal. A Poesia Marginal da década de 70 foi marcada pela produção independente, na busca pelo desvio e pela resistência às normas ditadas pelas grandes editoras. Nesse sentido, promovendo uma imersão nas obras poéticas de autores representantes dessa geração e refletindo sobre a polissemia da palavra “marginalidade”, construiremos zines poéticos que possam responder à pergunta “qual é o lugar da poesia?”. Por vezes, a resposta à essa questão é uma chave para a formação de leitores de poesia. Com profunda aplicabilidade no Ensino Básico, a atividade culminará em uma reflexão sobre possibilidades de trabalho com a poesia em sala de aula. É importante destacar que a oficina se baseia no projeto pedagógico “Diálogo entre autorias adolescentes e Ana Cristina César: leituras e práticas em sala de aula”, realizado pela professora Lorenna Carvalho (CAp/UFRJ) em parceria com a professora Laryssa Naumann (IFMS).
Material necessário: folhas A4 (coloridas), revistas e jornais, tesoura, cola, canetinha. Se possível, uma impressora para que possamos tirar cópias dos zines produzidos.
Proponente: Lorena Bolsanello (CAp-UFRJ)
O que é tradução literária?
Nesta oficina discutiremos os principais conceitos relacionados à tradução literária, a saber, possibilidade e impossibilidade da tradução; fidelidade e equivalência; as diferenças entre tradução, adaptação e criação; a (in)visibilidade do tradutor; entre outros. Para auxiliar a discussão, leremos trechos selecionados de textos traduzidos e realizaremos pequenos exercícios tradutórios. Aberta a todos os interessados, com conhecimento de língua estrangeira ou não.